Biografia de Valdeci Ferreira Lêu

O empresário, agricultor e vereador Valdeci Ferreira Lêu, nasceu no Sitio Serrote, do então distrito de Tarrafas pertencente do Município de Assaré, no dia 21 de janeiro de 1951. Seu pai era Antonio Ferreira Lêu, da tradicional família Teotônio e também neto de Antonio Jiló, fazendeiro e senhor de engenho. Já a mãe de Valdeci, dona Antonia Pedroca de Jesus, era também de tradicional família da Ribeira dos Bastiões. No sitio em que morava, Valdeci estudou em escola particular por pouco tempo, mas aprendeu a ler e escrever com o professor João Nunes. Quando contava com apenas 9 anos perdeu o pai, vítima de uma doença desconhecida na época. A sua mãe, contraiu um novo casamento, que não trouxe nenhuma segurança para ele e o irmão de pseudônimo Paizinho e as irmãs Toinha, Toniza e Socorro. Por não se entender com o padrasto, resolveu sair de casa em companhia do irmão, indo morar com uma tia do seu pai, conhecida por Caboclinha que residia em Cajazeiras do Jiló. Era 1963, contava com apenas 12 anos Em Cajazeiras dedicou-se a agricultura. No início trabalhava com o tio João Teotônio, esposo de dona Caboclinha, depois tocou a sua própria roça, em propriedades da família. Quando completou 18 anos, construiu uma casa. Ele mesmo fizera os tijolos, as telhas e cortara a madeira nas matas, pagando apenas o pedreiro. Depois da casa pronta, sua mãe que já estava separada do segundo marido, viera morar com ele em cajazeiras. Até a chegada dos seus 20 anos, não sabia que possuia a vocação para o comércio. Vivia da agricultura, plantando algodão, milho, feijão e criava algumas cabeças de gado. No meado da década de 1960, chegara a Cajazeiras para se instalar com a família, o senhor Aníbal Matias. Entre as filhas, a que atendia pela alcunha de Nena, caiu na simpatia de Valdeci, tornando-se sua namorada e hoje esposa, depois de 10 anos de noivado. O casamento ocorreu em 1980 e deste consorte nasceram os seguintes filhos: Valdislan (funcionário público e desportista), Wylla (educadora) Alex (engenheiro e professor) e Alana (engenheira). A sua entrada para a atividade comercial foi despertada em 1971, quando um senhor conhecido por Natal do Pompílio, o chamou a um canto e disse: "Você rapaz, tem tino para o comércio. Vou colocar um bar para você tomar conta". Valdeci ficou pensativo, mas aceitou o desafio. Porque pensava também em nunca sair de Cajazeiras a procura de trabalho em São Paulo como faziam os jovens da sua época. Permaneceu por 2 anos como empregado e depois dono. Natal era meio nômade. Resolveu emigrar para o Estado do Maranhão e lhe vendera o estabelecimento. Como proprietário, resolveu diversificar as vendas. Permaneceu com o bar, mas acrescentou ao mesmo, outras mercadorias como gêneros alimentícios, cosméticos e produtos de armarinho. Rapidamente as vendas cresceram para atender a freguesia fez contrato com três distribuidores: Chico Fenelon, Caboclinho Leite e Valdir de Celeste. Assim como vendia, também comprava a produção dos agricultores, principalmente milho e algodão. No ano de 1979, torna-se proprietário de veículo motorizado. Comprou um Jeep. Não com o objetivo de fazer fretes, mas de servir a comunidade em momentos emergenciais. Transportava mulheres em trabalho de parto, correndo risco de morte, pessoas acidentadas e muitas outras situações. Detalhe: não cobrava frete de ninguém. E nem pensava em política. Depois, adquiriu uma C - 10 para transporte de mercadorias. A partir de 1982, prefere os caminhões da marca Ford F-4000. Assim como no comercio, a política entrara na sua vida inesperadamente. A história é contada assim: com a emancipação política de Tarrafas em 1987 e anunciadas às eleições para o ano seguinte, as lideranças comunitárias de cajazeiras do Jiló se uniram em apoio ao médico Tarcísio Guerreiro, para concorrer à vaga de prefeito e Toinho Izidério que era filho da comunidade e exercia o mandato de vereador em Assaré, eleito em 1982, como vice. Para vereador, foram expostos os nomes de Chico Garcia, Paizinho e Valdeci em último. No entanto, na hora da convenção para homologar as candidaturas pelo PFL, Chico Garcia não aceitou em concorrer a vereador, como fora combinado. Da mesma forma, Paizinho também desistiu e Valdeci foi pressionado a aceitar. Sobre a sua trajetória política, ele lembrava: “Entrei na política partidária como opção de última hora”. O candidato que apresentamos, desistiu e o meu nome foi indicado para substituí-lo. A minha experiência na época não me recomendava a tal façanha. Mas, pela motivação, pelo incentivo e pela pressão, tive que me definir e correr chão à procura de votos. Como principiante, fiquei sem saber por onde começar e a quem procurar para me orientar. E para minha surpresa, recebi a primeira lição dentro da minha casa, de uma pessoa que jamais esperei: a minha esposa. Ela recebeu a minha candidatura com otimismo e me encorajou ao dizer: “se você é candidato vamos trabalhar para ganhar. E se ganha política com propostas”. Desde aquela eleição a Nena se transformou na pessoa número um das minhas campanhas. Hoje, o meu trabalho em campo à procura de votos, tem também os meus filhos, que são fortes lutadores. E assim, Valdeci Lêu conseguiu 8 mandatos e encontrava-se eleito para o nono. Infelizmente, a fatalidade bateu à sua porta e por conta desta terrível pandemia, a sua vida foi ceifada impiedosamente. No entanto fica a sua história através dos seus feitos para produzir o bem. A sua vida pública não estabelecia diferença da sua vida cidadã. Vivia exclusivamente para lutar em defesa de melhor qualidade de vida para o seu povo. É patente lembrar que em todos os avanços alcançados durante os 32 anos de instalação do Município, o trabalho de Valdeci está presente. Partiu deixando a sua história marcada pela ética, pela boa vontade, sem cultivar o ódio, o rancor ou mágoas. Valdeci ficará na história como um grande cidadão democrático.